30/11/08

Que seja eterno enquanto dure!

Disseste-me hoje que 'não há nada melhor que estar apaixonado'. Se soubesses que não te quero como tu te dás talvez não pensasses da mesma forma. Caso não tivesse vivido o que já vivi, possivelmente ao dizê-lo estarias a parafrasear-me, mas não estás. Descobri que estar apaixonado é mais a luta de adaptação do que eu penso que seria ao que realmente é (sejam as minhas expectativas as melhores possíveis e a desilusão a realidade, ou vice-versa). E isso não é, de todo, a melhor coisa da vida.
As melhores coisas são aquelas que são sempre certas: o regaço confortante dos pais (mesmo após a irritante frase do 'eu avisei-te'); o chegar a casa depois dum dia de praia estafante, tomar um banho quente, vestir o pijama e dormir numa caminha feita de lavado; o chocolate quente do Café com Arte; o quentinho da lareira numa noite de Dezembro, com o cheiro da chanfana na mesa e as conversas repetidas da minha avó e até o descer sozinha à praça, pedir um café torrado no Tropical mas saber que vão lá estar aqueles que, por mais apressados e entediados que estejam, têm sempre uma palavra amiga a dizer.
Poderia incluir nesta lista o sentimento de te amar. É bom, é mágico, provoca as tais borboletas no estomâgo e as ansiedades próprias do estado. Mas o acto de te amar, esse é tudo, menos verdadeiro. Para que esse acto fosse verdadeiro teriamos de partir do pressuposto que tu te darias como és e que eu te amaria como te dás. E isso é mentira. Quando conhecemos alguém, amamos pelo que idealizamos, gostamos do que já conhecemos e amamos pela parte que falta descobrir. O mistério que envolve a descoberta alimenta a paixão e faz-nos gostar cada vez mais da pessoa que temos ao lado. Tudo o que vamos descobrindo vai de alguma forma agradando-nos e acreditamos piamente que o melhor ainda está por descobrir. E amamos. Com o tempo descobrimos que essa pessoa idealizada se resume a tudo que descobrimos nos primeiros tempos da relação e aí, com o dedo crítico, apontamos defeitos e os mesmos desencantam-nos. E há ainda o outro lado da questão, quando alguém se dá a conhecer nunca é um produto original, é apenas uma adaptação. A essência está lá, é claro, mas a pessoa altera-se, transforma-se num ser metamorfoseado que tenta agradar.
Tudo isto para te dizer que gostava de te conhecer e amar-te sem ser pela descoberta, amar-te só porque tu és tu e eu sou eu. Amar-te numa esfera em que não existem relações que nos moldam. Não quero que sejas quem eu sou, não quero ser quem tu és. Não te quero ouvir dizer as minhas frases, não quero gostar da música que tu ouves.
Matemáticamente falando tudo o que quero de nós é que a intersecção de soluções do que somos dê o conjunto vazio, mas que a reunião seja R/0 (não havendo dúvidas de quem ocupa o lugar de -infinito a zero aberto)

20/11/08

Chega de freak!!

O alcool hoje fez-me acreditar que era véspera de Ano Novo.
Ora vejam lá:

Chega de beber cafés queimados no Tropical quando o Académico está mesmo ali ao lado! Chega de parvoíce! Por vezes a solução dos nossos problemas está a menos de 100 metros e por preguiça e habituação somos incapazes de mudar!

Chega de noite sim noite não 'dar um giro à Praça'. Cria-se uma relação de amor-ódio com os espaços. Se lá formos, apanhamos seca porque vemos sempre as mesmas caras, estamos sempre com as mesmas pessoas... Mas se por algum (feliz) acaso formos tomar café ao Quebra ficamos mortinhos por saber quem esteve no Tropical (Nem contigo nem sem ti).

Chega de acreditar que sou uma pessoa apática e sem sentimentos. A verdade é que, apesar de nada me aquecer nem me arrefecer, as boas noites que tenho tido ultimamente foram simplesmente memoráveis. Acho que quanto mais me conveço de uma coisa mais ela se torna verdade, portanto apartir de agora, neste instante já já, vou acreditar que ando com as sensações a mil e que me apaixono por tudo com a mesma garra 'do antigamente'.

Chega de não dar a mínima hipótese às pessoas. Tenho o péssimo hábito de tirar a pinta às pessoas, coisa que por vezes, por muito que custe ao meu 'infalível sexto sentido' acreditar, me traz muitos enganos! Quinze minutinhos de conversa experimental nunca fizeram mal a ninguém e se por força inolvidavel das circunstancias me estiverem a espetar uma seca de morte, há sempre uma qualquer 'aula às quatro' que infelizmente terá de interromper a conversa!

Chega de idealizações do amor, se me sinto envolvida e apaixonada, sinto e pronto, acabou-se! (Tau, já está, já foste, ardeste!) Das coisas que mais odeio é a incrível capacidade que tenho de pormenorizar e planear tudo o que pretendo para mim, incluindo o amor. 'Ai és fantástico? Tens uma conversa incrível e uns olhos azuis lindos de morrer? Ai gostas da mesma música que eu? E já correste meio Mundo e fazes-me rir que nem uma perdida com as tuas estórias inacreditáveis? Mas sabes... rois as unhas... E eu não gosto de pessoas que roem as unhas, desculpa!' (CA BURRA)

Finalmente, chega desta vida ordinária de tardes em cafés e copos à noite, o semestre começa a estreitar, os trabalhos estão com o prazo de entrega à porta e se não me ponho a pau mais um ano no último! E todos concordaremos que já chega de freak!!

16/11/08

This mess we're in - Pj Harvey & Thom Yorke


Pj Harvey & Thom Yorke - This mess we're in

Já lá diz o ditado

A sanidade é relativa, como aliás tudo na vida.
Os actos irreflecidos tomam conta da maioria dos mortais como pedra basilar das suas vidas. Actos esses que, já lá diz o ditado, se perdoam mas não se esquecem.

Tal como homicída que nunca equacionou que pudesse concretizar o crime que o acusam, também eu me deixo levar pela insanidade e pelos sentimentos à flor da pele. Sempre tão ponderada, sempre tão senhora da razão e agora num segundo tudo cai por terra e fico sem conhecer a pessoa que olho no espelho. As minhas mãos sujas de vingança e terror tocam enojadas os fios dos cabelos que se colam nas lágrimas que rolam na face.

Não quero ser a pessoa que tem acordado todos os dias na minha cama. Quero voltar a poder ter o péssimo hábito de julgar os outros com a racionalidade de quem não acha ter telhados de vidro. Há-de raiar a calma de outrora e a fluidez de discurso irritantemente racional que sempre me acompanhou.

E tu hás-de me desculpar.
Já eu,ao contrário do ditado, esqueço sempre, mas nunca perdoo. (a mim)

12/11/08

Ontem

Sim, foste capaz.
Espero que tenhas gostado de me voltar a ver com os olhos a brilhar e com o corpo a tremer ao teu toque. Espero que te tenhas deliciado a cada riso meu e a cada parvoice dita 'como no antigamente'.

Também eu fui capaz. O Ego. Esse destravado egoísta levou-nos a pisar o chão que já há muito nos fugiu. E cresceu. Explodiu. Também eu queria saber que era capaz. E agora que sei, é muito mais fácil dizer adeus.

Com tudo isto pouco se ganha e muito se perde. O espaço que já havia aumenta, a força que já tinha sido criada redobra-se. Mais magestosa que antes, sigo a minha tão perfeita vida criada sem ti. O sentimento... esse guardo comigo no baú das memórias que agora sim se pode fechar.

10/11/08

Problema de Expressão

Estranho é quando a coisa mais romântica que gostamos de ouvir é aquele sotaque nortenho de riso malandro a pronunciar a profunda e apaixonante frase 'Sabes, fodia-te já aqui'

04/11/08

Paixão

As coisas que mais ambicionamos, idealizamo-nos como perfeitas. Fazem-nos dar voltas na cama, sonhamos horas a fio como será quando as conquistarmos. Fazem-nos perder o controlo de nós próprios e viver em função dessa conquista.

E o pior está quando elas depois de concretizadas são melhores do que algum dia pudemos sonhar...

02/11/08

Ele e Eu (e as pseudo-intelectualices irritantes)

Ele- Sabes, não sei se concordarás comigo, mas a Festa das Latas teve um travo especial! Gostei especialmente da edição deste ano, apesar do frio que se fez sentir, das imensas e intermináveis filas de espera e do turbilhão de pessoas que circulavam no interior do recinto sinto que este ano foi diferente, nada do que tinha sido nas edições anteriores, pelo menos as que presenciei.

Eu - Foi diferente? Então quê, este ano houve cerveja?