30/10/08

Vens?

És como o snif de coca sorrateiro mandado às escuras na casa de banho imunda dum desses bares da cidade. Nem o bater na porta acalma a tesão que sinto enquanto me puxas para ti,bruto e sôfrego,me rasgas a roupa e me cravas os dedos nas coxas levando assim toda a resistência que pudesse oferecer. Sentir o calor que emanas, os olhos a desvanecer,as mãos grandes que se perdem em mim. E acordar na certeza duvidante de quando te volto a ver!

28/10/08

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"Sabes bem...!" - foi tudo o que ela lhe disse enquanto ele roçava a boca no seu pescoço, equilibrado num copo de cerveja meio cheio, dizendo-lhe o quão bonita estava no vestido creme de cetim e como lhe apetecia beijá-la.

Ele, ouvindo o prenúncio da sua sorte, puxou-a pela cintura e num repente fê-la sua envolvendo-a num beijo louco de carícias desesperadas.

Ela, sentindo-o perto afasta-o num gesto brusco de surpresa, não evitando o beijo de paixão que sem querer acabou por partilhar com ele.

Eram amigos. Ele sabia que ela ainda amava outro e que ainda acreditava nesse amor. Ela já tinha chorado tantas vezes no seu ombro, despejando as palavras monocórdicas que repetia vezes sem conta.
Mas ele amava-a e simplesmente não queria saber. Afinal, era só um beijo...

Nestes anos que passaram continuaram amigos, continuaram confidentes, e ele continuou a supreende-la com beijo loucos ao sabor da paixão (uns mais inesperados que outros), ela começou a surpreende-lo com visitas de saudades, noites quentes, escaldantes em Novembro ( 'loucas são as noites, que passo sem dormir') e mãos entrelaçadas no fim desta cidade!

Ainda hoje quando celebram os anos que já passaram juntos ela lhe mente, dizendo que já o queria para ela desde aquele primeiro dia. E ele nunca saberá que como em quase tudo nesta vida entre o sabes e o bem, estava uma pequena vírgula que teria na certa mudado todo o rumo desta história!"


A essa vírgula insignifante que deixamos por escrever e que teria na certa mudado o rumo da nossa história.

26/10/08

Happy tree friends

E não é que vieste? :)

Eu

Sou uma pessoa vazia de sentimentos e cheia de emoções.

25/10/08

Hoje

Eu só queria dançar contigo
Sem corpo visível
Dançar como amigo
Se fosse possível
Dois pares de sapatos
Levantando o pó
Dançar como amigo só!

Aos amores!

(desordeiros, irresistíveis, deleituosos, entranhantes, verdadeiros, evitáveis, buliçosos, como dantes, bicolores, transgressores, impostores, cantadores)


Quanto mais o tempo passa, mais longe eu estou de alguma conclusão!

24/10/08

A mania das perguntas

Anestesia?

Será que ainda não doeu porque todo o veneno que espalhámos simplesmente nos anestesia?

E quando passar?

Esse dia

Quero desesperadamente que encontres alguém.
Quero desesperadamente encontrar alguém.
Penso que só nesse dia, quando dermos o primeiro beijo que não foi perfeito, quando tivermos a primeira conversa e sentirmos que é vazia, quando olharmos para os olhos desse alguém e não virmos mundo pela frente a sorrir é que saberemos o quanto nos amámos e o quão felizes podíamos ter sido. Só nesse dia saberemos quantas saudades estão apagadas pela mágoa imensa, quantas conversas perdemos hipótese de ter (tenho tanto para te contar), e quantos beijos perfeitos temos vontade de dar! Aí ansiaremos que aquele ser que ali dormita desapareça, para nos podermos voltar simplesmente a abraçar e sentir num segundo de beijo dos os dias que nos esquecemos de nos amar.

Enforca Cães

A estrada.
Sinuosa, estreita e sufocante.
E é pelo mar que ali estou.
Enquanto percorro os zigzags e tento dominar as tuas manhas, o medo toma-me, o meu estomago aperta-se, contrai-se de angústia. Talvez me engane por mero capricho, talvez goste apenas de sentir a adrenalina, de sofrer um bocadinho sem razão (poderei eu ser mimada a tal ponto?). O que é certo é que já por aqui passei outras vezes, senti o medo, a angústia, a certeza que não ía aguentar dar nem mais um passo. E quando finalmente vislumbro a cidade que começa a acordar e olho para trás e vejo que 'já passou' penso que 'não foi assim tão difícil' e que da próxima vez não hesitarei!
Hoje do topo da montanha volto a olhar o mar e choro. Sinto saudades do gosto salgado, do frio na pele, do arrepio que provocavas ao primeiro toque. Choro o último abraço que ficou lá no fim do Verão.
A estrada fita-me com raiva à espera que eu decida, ouço os gritos desconcertantes do mar mas não percebo o que ele diz.
Talvez me diga que tenho que passar por ali e que vai estar lá, do meu lado a guiar-me, pelos dias felizes que passamos na praia.
Ou então já me esqueceu, talvez já não se lembre das gargalhadas felizes, dos beijos salgados e dos corpos enrolados numa onda e me chame com o seu grito fingido de dor para que eu passe a estrada, e sem dar conta ele me engula triunfante enquanto espera sorrateiro um outro amor. (és tu mar?)
Ou talvez simplesmente me diga que aquele não é o caminho, que apesar de já ter chegado ali que tenho de voltar para trás, que se dou um passo as terras que partimos anteriormente se movem e me engolem para sempre.
Há realmente outro caminho.
No meio da floresta, onde não se ouve nem se sente a brisa do mar passa uma estrada. Estrada plana, de betão duro e frio, sem percalços, sem agitações. É o caminho mais sensato, o que oferece menos perigos, o que acarreta menos riscos. Mas também aquel que mais me afasta de ti.
Porque me mandas ir por lá mar? Terei mesmo que ir sozinha por caminho tão longo como este? Terei mesmo de voltar atrás e reconstruir todo um caminho já percorrido? Mandas-me fazê-lo porque? E se eu me perco mar? Se nunca mais te encontro?
E se tu, velho esquecido que és, quando eu chegar ... já não te lembrares quem sou?