28/10/08

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"Sabes bem...!" - foi tudo o que ela lhe disse enquanto ele roçava a boca no seu pescoço, equilibrado num copo de cerveja meio cheio, dizendo-lhe o quão bonita estava no vestido creme de cetim e como lhe apetecia beijá-la.

Ele, ouvindo o prenúncio da sua sorte, puxou-a pela cintura e num repente fê-la sua envolvendo-a num beijo louco de carícias desesperadas.

Ela, sentindo-o perto afasta-o num gesto brusco de surpresa, não evitando o beijo de paixão que sem querer acabou por partilhar com ele.

Eram amigos. Ele sabia que ela ainda amava outro e que ainda acreditava nesse amor. Ela já tinha chorado tantas vezes no seu ombro, despejando as palavras monocórdicas que repetia vezes sem conta.
Mas ele amava-a e simplesmente não queria saber. Afinal, era só um beijo...

Nestes anos que passaram continuaram amigos, continuaram confidentes, e ele continuou a supreende-la com beijo loucos ao sabor da paixão (uns mais inesperados que outros), ela começou a surpreende-lo com visitas de saudades, noites quentes, escaldantes em Novembro ( 'loucas são as noites, que passo sem dormir') e mãos entrelaçadas no fim desta cidade!

Ainda hoje quando celebram os anos que já passaram juntos ela lhe mente, dizendo que já o queria para ela desde aquele primeiro dia. E ele nunca saberá que como em quase tudo nesta vida entre o sabes e o bem, estava uma pequena vírgula que teria na certa mudado todo o rumo desta história!"


A essa vírgula insignifante que deixamos por escrever e que teria na certa mudado o rumo da nossa história.

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