18/01/09

Textos Avulso

"Acendes-me.
As borboletas esvoaçam, na iminência da tua presença.
Cada segundo contado,
Cada minuto transformando-se numa hora,
Cada quilómetro percorrido apertando-me a bomba da vida.
O sangue expelido percorre as minhas veias
Na ânsia de ser aquecido pelo teu calor.
A boca rasga-se num sorriso nervoso.
Sorriso esse que contagia os olhos,
Brilhantes de tal maneira q contêm dois sóis!
Rebrilho!
A distância aproxima-se do nada.
A contagem-decrescente está prestes a chegar ao fim.
As borboletas redobram o seu esvoaçar.
A compressão da bomba da vida mal me permite respirar.
O sangue corre à velocidade da luz.
É nada!
Agora espero.
Exalto-me!
És tu que vens lá.
Com um sorriso no rosto na minha direcção.
Aqueces-me!
Libertas as borboletas,
Que esvoaçam à minha volta antes de voarem para longe.
Tiras-me o peso do coração.
E da alma.
Atiças-me o fogo que sou eu.
Páras o tempo.
Agora somos nós
E nada mas mesmo nada à nossa volta.
Os sóis brilhantes que são os meus olhos ofuscam tudo o resto.
Menos nós.
No meio do nada.
Somos só nós e o sol ofuscante.
E o júbilo tangível à nossa volta.
Toco-te por fim.
Voo!
E volto à realidade.
O segundo do reencontro durou uma vida.
Vida essa que se comprime nas próximas horas.
Horas nas estrelas!
Com sóis brilhantes por cima de nós
E borboletas esvoaçantes à nossa volta.
Horas que o Tempo teima em transformar em segundos.
Horas que voam e fogem de nós.
Horas que nos aproximam do segundo da despedida.
Muitas vidas se vivem nessas horas:
Vidas de felicidade,
De amor,
De procura de contacto
E de incerteza de desejos e anseios.
Vidas transformadas em horas!
A leveza das nossas almas faz voar os nossos corpos.
O nosso mundo torna-se verde e laranja,
As cores a que as nossas almas brilham juntas.
Tornando-se uma!
Mas por fim chega o maldito segundo.
Angustio-me!
Morro,
Revivo
E volto a morrer.
Num segundo.
Segundo de despedida.
Segundo prolongado ao máximo
Na esperança que o Tempo o páre.
E não o deixe nunca terminar.
Oprime-me!
O saber que o Tempo se ri de nós
E da nossa luta para que o segundo não passe.
Um último toque.
Um último olhar.
Um último sorriso.
Uma última tentativa de mostrar os nossos desejos e anseios.
Passou!
A tua figura a diminuir na distância.
Os sóis deixam de brilhar.
Uma pedra cai no lugar da bomba da vida.
A alma enegrece.
Cada quilómetro percorrido tira a força do sangue que me percorre as veias.
O fogo morre.
Apago-me."

Andreia Cortez
(pelas saudades que tenho tuas... e por como queria desesperadamente prolongar a recordação daquela nossa última noite... Lembras-te de estarmos juntas e felizes no Seven? Lembras-te de como tudo era diferente?! Hoje deu-me uma crise nostálgica... Não sei.. Tenho saudades tuas, precisava de estar horas a falar contigo sobre coisa nenhuma! Daquelas minhas descrições dos meus estados de alma que tu carinhosamente ouvias! Volta para mim... (E aos saltinhos!)


Can't Take My Eyes Off You - Cover dos Muse

1 comentário:

Anónimo disse...

Ponto 1: como raio é que esse texto veio aqui parar, uhm?!.... :P

Ponto 2: tb tenho saudades de tudo isso e mais alguma coisa. (até do modo estúpido como tu me consegues tirar do sério!... saudades do meu "olhar matador"?... :P)

Ponto 3: há muito tempo q n ouvia essa música... :D

Ponto 4: hey!... esse texto que tens ao lado com o título de "EU?" é o q eu uso sempre para me descrever a mim!... não podes "roubar" desse modo os meus textos de apresentação, pah!... :P

Beijo enorme, prima da minha vida. Não te preocupes que daqui a nada volto para ti. Assim. Aos saltinhos! ;)