11/01/09

I chose not to choose life, I chose something else

Recuso-me.
Recuso-me a escolher a vida convencional. Recuso a vida do nascer, aprender a gatinhar, dar os primeiros passinhos (enquanto fazemos as delícias dos nossos pais).
Recuso-me a brincar, ir à escola, namorar, entrar na faculdade, ter a primeira desilusão de amor e ultrapassar o primeiro grande problema.
Recuso-me até a conhecer o homem da minha vida, acabar o curso, casar, comprar uma casa, um carro, ter o primeiro filho, fazer uma belíssima viagem até um destino exótico no estrangeiro (e quem sabe a única),ter o segundo filho, começar a ter problemas conjugais (mas mantendo aquele casamento porque socialmente parece bem e não me sentirei capaz de viver sozinha), ver os filhos irem para a escola, casarem, até que nasce o primeiro neto, no dia em que surge a primeira ruga e os cabelos brancos.
Se esse dia chegasse recusar-me-ia a viver o resto da minha vida vivendo a vida dos outros, quem sabe até com alzheimer sem me puder sequer lembrar dos poucos e raros momentos de felicidade que tive.



Lou Reed - Perfect Day
(para quem tem saudades de quando o NL fechava às sete)

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