19/01/10

Sangue venoso

Já senti paixão várias vezes.
Sai directa do coração, e, partido do ventrículo esquerdo pela aorta, é distribuida aos tecidos e órgãos e depois conduzida (já venosa) à aurícula direita por intermédio das veias cavas...
E corroí, faz esquecer o passado, de quem somos, o que quisemos ser, recorda-nos apenas do toque suave de uma pele que nos afaga e massaja num passar de mão sinuoso, enquanto nos derretemos e lembramos do sangue que bombeia para uma parte do corpo bem mais a baixo que o coração...
Lembramo-nos lá, no meio da cama desfeita há mais de dois dias de que horas são? A vida começa no segundo em que me agarras e me puxas para ti com tal avidez que nem parece que acabamos de nos largar (Hoje já passou um ano que estou contigo por essas contas)
Mas, incrivelmente, pela primeira vez tenho a dúvida de estar realmente apaixonada. Tudo confirma é certo. Aliás, nem sei como arranjei tempo para me largar de ti e escrever estas poucas linhas.
Consultei um médico, expus o meu quadro clinico e ele afagou a barba, inquieto. "Trancada em casa há quinze dias, palpitações, as tais borboletas no estômago, felicidade extrema... A menina tem certeza que continua a pensar no seu passado?"

1 comentário:

GJFB disse...

humm..agora percebo!ahah, fico muito contente por ti=)

ps:temos de combinar uma cafezada!